quinta-feira, 22 de julho de 2010


Você

Agora vou adivinhando suas fisionomias
E suas expressões...
Vou te construindo na minha memória,
E te fixando nas minhas retinas
E eu posso até te compreender sem palavras
Posso te imaginar de todas as formas
E adivinhar cada movimento...
Prendo-te,
Detenho-te,
Tão pra mim.
Mesmo sabendo que tudo isso
É fruto da imaginação.

(Dueto de Ttaty e Helius...22/07/10)

domingo, 18 de julho de 2010


É incrível como a vida sabe a hora certa de tudo.
Eu vou ser mãe!
Tudo tão derrepente.
É uma mistura de tantos sentimentos
Vontade de rir e chorar ao mesmo tempo,
É uma mistura de quero e não quero.
Olho no espelho, meu corpo já não é mais
O mesmo... Os seios grandes e a
Barriga já não é mais lisinha...
Existe tanto medo... Insegurança,
Apavoramento da grande troca
De papeis: de filha para mãe.
E no pensamento toda uma expectativa
A ansiedade, a magia de ser tudo a primeira vez.
Não tenho um rosto, mas posso imaginar um
Não tem um nome, mas já imagino vários,
Mas sei que amo mais que a mim mesma
E do tamanho do universo.
(Ttaty 16/07/10)

Despedida

Hoje eu sei que será um pacotinho guardado
No meu coração, tão cheio e emoções e enganos,
Mas meu e tão somente meu.
Hoje eu sei que ora ou outra poderei voltar
E remexer entre tantas coisas que guardei.
Poderei lembrar o pedacinho que levou
De mim... Aquele que não volta jamais.
Então: de uma vez por todas
Estupidamente Adeus!

Na página da sua vida eu fui uma linha.
Enquanto na minha fosse uma história,
Dessas, bem sei que se perdem antes do fim.

Doces lembranças

Lembro que andar de bicicleta era outro prazer
Era somente aquilo que eu tinha pra fazer,
Como jogar bola no campinho ou correr no meio da rua.
Não conhecia a verdade tão nua e crua,
Tampouco a falsidade cruel e sem figuras.
Lembro dos planos que eu tinha:
Construir casinhas ou fazer um vestido novo
Pra boneca... Passava o dia entretida e rindo a beça.
E as horas no relógio?
Ah, eu não sabia do tempo, esse que hoje não descuido.
Era tudo tão simples.
Sem peso e nem medida.
Nesse tempo eu não sabia de muitas coisas
Que hoje tenho que fingir que sei.

segunda-feira, 12 de julho de 2010


Passos e mais passos

As luzes da cidade ainda acesas.
Cada passo... Penso como pude
Expor tanto de mim...
Coisas que ainda desconhecia
E mesmo assim ainda há
Tantas outras que não digo
E tantas outras que não explico...
E também nem tento.
Enfim... Amanhece e no meu caminhar
Torto, o veneno vai se dissolvendo
No meu pensamento massacrado.
Ah, e esse vento cru batendo na cara
Seca a lágrima que devora.
Retroduzo em um único segundo
Todos os passos que já dei
E encho-me de alegria
Ao perceber que
Posso ser reversível.

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Pequeno mundo esse que há dentro de nós
Quando nos encontramos
Um longe do outro.

*Helius*

Um presente que adoreiii!!!

Passageiro

Há tantas raças
Tantos nomes
Tantos rostos
Tantos amores.

Há chegadas...
Há expectativas da chegada.
Há despedidas,
Há rumores.

Há pessoas que descem
Antes da estação.
Há também aquelas
Que não sabem onde vão.

Existe uma moça na janela
Com a alma ferida...
Mas também um moço
Ingênuo e cheio de vida.

Existe um senhor idoso
O menino moço.
A velha senhora
E a senhora velha.

Existe o rosto patético,
O esperançoso,
O decidido
E também o fogoso.

Existe a humildade
E do ladinho a pretensão
Existem estórias em comum
Da Ana, da Maria e do João.

Existem começos e tropeços,
Terminar e recomeçar,
Existe no trem na vida
Um eterno recordar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010


Eu sabia que essa hora chegaria.
O tempo é pouco ainda.
Não. Não sinto a sua falta.
Sinto falta do que eu
Acreditei que você fosse.

terça-feira, 6 de julho de 2010


IDENTIDADE

Multiplicamos várias e várias vezes
Até ponderarmos num produto
Que chamamos de identidade.
Pois bem!
Enganar-se é tão normal.
Mas não pode tornar-se banal
A certa altura onde saber ser é tudo.

Nada se começa do avesso
Ou se traz na contramão,
Nada na madrugada que
Não se entenda na manhã seguinte.

O que foi metade,jamais será inteiro.

Sua cumplicidade é com você mesmo.
Sua identidade é um campo sem fronteiras.

DESAPEGO
Boca pede por água cristalina
Desesperada se joga na fonte
_mas não há água_
É sede de desapego.
Há um canto sem aconchego
Que não circula e nem deságua
E um paralelo com floresta
E borboletas azuis.

domingo, 4 de julho de 2010


COMPORTAMENTO

Nada mais doeria do que a perda total e exata
De mulher sensata ...
Meu compromisso é com a dignidade e
Com a imagem que o espelho reflete
E nada esconde.
Nada mais firmo em cada avanço
E em cada fraqueza não totalizo.
Sou mesmo anormal e primitiva,
Mas não sou fracasso nem mentira.
Tudo bem que acreditei fácil e, sobretudo achei
Que poderia ser assim...mas não há
Detalhe que não some ou acontecimentos
Que não desfaçam ideologias.
Sou mesmo complexada e sei
Quando devo ficar quieta.
Embalo figuras e falas,
Distorço tudo sem qualquer permissão,
Dou aplausos e canto fora do ritmo
Mas sendo eu sempre eu
No meu velho tapete do chão...
Permito-me ser doce, mas
Não mais imponderável.

quinta-feira, 1 de julho de 2010





Se eu...

Se eu disser que sim, não atenda meu pedido
Não desafie a total loucura...
Os pontos multicoloridos arrastarão em
Chamas e os gritos lembrarão lobos na noite.
Se eu disser que cabia eu qualquer canto
Já não podeis decifrar extravagâncias e
Tão pouco corromper as transparências.
Se eu disser nunca mais a voz do amanhecer
Exaltará em meu peito
E todo oposto e imperfeito será nevoa
No entardecer...
Se eu disser que as palavras
Retrancam a margem
Mais estúpida de um rio em
Sangria desatada,
Alma perdurada,
E seu disser mais nada
Tudo é nada e nada é tudo.