segunda-feira, 31 de maio de 2010


MEU BEM QUERER

Quero flores, lírios pra desabrochar;
Quero campos, o silêncio,
O ruído no mesmo lugar...

Quero fogo e calmaria;
Desejo e euforia;
Estupidez e simpatia;

Quero essa paixão, sem remédios;
Surto, sem gritos;
Alma, sem esperança;
Ação, sem sentido;

Quero morrer de desejo,
Quero provar do teu beijo,
Quero sexo e amor;

Quero beleza e simplicidade;
Começo e fim;
Meu bem querer...
Quero tudo em mim.

POBRE CORAÇÃO

Coração aos prantos
Há um morto em cada canto!
Povo humilde,
Povo sofrido,
Tanto que se fez,
Pouco, já se faz!


Coração bravo, guerreiro,
Decepcionado com o mundo inteiro...
A injustiça e a luta vazia
Que se desfaz da boêmia,
Pra viver encarcerado.


Há sempre um!
Causando dores sem afagos,
Deixando no chão,
O sangue derramado,
De mais um pobre coitado
Que suava pelo seu pão!


(Ah! Meu coração de papel!).
Meu mundo tão torto e
Desesperado
Desenho de forma
Tão compacto,
Num pedido de socorro...


Aposto e confirmo:
Que meus gritos serão ouvidos
Descrevendo uma prisão.
E além de tudo, o que pode mais dizer...
O meu pobre coração?!

VÍCIO

Não tinha um passado
Não tinha um futuro
Quando tinha bebida
Bebia...
Comida
Comia...
Não tinha dinheiro
Tampouco utensílios
Tudo que tinha:
O maldito vício!
Quantas vezes andar tentou!
Passos, para si –firme-!
Adiante se via ao chão.
Assim,
Andou...
Levantou...
Mas voltou a cair!
Dos seus sonhos alucinados,
Fez seu mundo.
Da realidade,
Seus pesadelos.
E da vida,
Sua morte.

Roda Gigante

Minha mente e coração mentem.
Ninguém se entende.
Um empurra pro outro e,
Ninguém sabe o que sente,
Quando um agi,
Outro contrai,
Um quer ficar,
Outro saí...
Porque se falam,
Se nenhum contenta o outro?
Agem sempre em discordância!
Um entra,
Outro saí da dança...
Um enfeitiça,
Outro se espanta...
Deixa que um fale e
O outro se embale...
Deixa que um engane e
O outro se oprima...
Deixa que um pense e
O outro, viva a vida!


CORAÇÃO DE PEDRA

Às vezes e queria ter os olhos de vidro
E o coração de pedra...
Rir de qualquer sentimento,
Sem ao menos ter sentido;
Chorar e não se sentir comprimindo,
Esperar dos outros é esperar demais!
Ninguém olha pra você, sem segundas intenções
Ninguém te dá um sorriso verdadeiro
Sem ser seu amigo de verdade.
Ninguém vai se importar com você
A não ser você mesmo.
Os -outros- são apenas acidentes de percurso.


(2008)

domingo, 30 de maio de 2010


Vida escrita

É divertido a vida escrita e o que você lê,
Sem sempre revela de mim o que eu sou
Ou o que realmente sinta.
Portanto,o que constatar é por sua conta
Em risco.
Escrevo, com total liberdade e é tão alastrante
Os sentimentos sejam no meu momento,
Ou quando os invento...
Não calo mais palavras desvairadas
Que possam ser apedrejadas.
Não sou prisioneira de criticas.
Fala o eu que não vivo e
Também o que não sei dizer
Fala o eu que divido
E aquele que divide você.
A vida escrita provem do meu temperamento
E das surpresas do dia a dia.
Sou tantas numa só,isso sem perder
A essência, essa que só quem me conhece
Quem realmente me olha,
Não quem só me passar.

V
O
C
Ê

rouba-me o sossego,com a lembrança
de um sorriso tímido,
rouba-me as palavras,o sono e a fome.

Você que tanto se esconde e eu persigo.
Roubamos a noção do espaço e do tempo presente.
e somos roubados na ânsia de esperar.

Você me entende numa palavra só,
Eu te entendo através de mim.
Te dou mais "um minuto" antes do fim.

V
O
C
Ê

(Rsrrsrsrsr...)

sábado, 29 de maio de 2010


Palavreando

Palavras e mais palavras... Sempre preenchem.
E também nos tornam impotentes diante de
Um “eu” que sempre indaga.
Talvez... Coisas de poeta
Ou coisas de um eu
Em um tempo nada complexo.

Sem intenções

O simples nem sempre parece o obvio
E o obvio pode ficar tão longe...
Eles ficam... Somente ficam.
Não querem se apegar,
Só que eles falam da boca pra fora
E o momento não os toma como verdade.

Dualismo II

É estranho que eu não consiga libertina
Outro eu,
Sempre o mesmo que repreendi até nos mais
Intrínsecos pensamentos...
Não existe transparência
Mesmo que eu me coloque
Em frente ao espelho...
Talvez o lado romântico, nada casual,
Fale sempre mais...
Não o lado oculto, tão carnal.
Dualismo fútil mesmo.

Traição

Ela traiu...
Como a lua tímida no céu
Em uma noite nublosa...
E do prazer que correu
Nas veias exalou-se
Em seu suor pegajoso.
Ele... Jamais esquecerá!
Pena que o mundo desabou
Quando ela virou pro canto...
Nem a beleza do sol,
Tira dela os escombros.

sexta-feira, 28 de maio de 2010


Eternidade

Como são maravilhosas as lembranças
Essas que voltamos no tempo
E encontramos um pedacinho da gente
Que a muito se foi...
Encontramos:
A menina cheia de sonhos,
A menina romântica ao extremo
A menina sem preocupação,
Sem ocupação,
Livre dos pensamentos maquiavélicos
E das intemperanças...
A menina que viajava e chorava num clipe,
A menina que ainda não tinha machucados
Profundos e tampouco desilusões...
Lembranças que sempre existirão,
Não que não exista mais “uma menina”
Mas hoje... São como flash da que um dia foi.

quinta-feira, 27 de maio de 2010




Que farsa
E não disfarça
Em desdenhar
Interesse meu...

Que estais a pensar?

Que tédio,
Sem remédio
Esse acinte seu.


O tempo passa tão depressa
Quando se faz aquilo que gosta.
Ao inverso, é como
Matéria em decomposição,
Ou, sendo mais breve ainda:
Uma regurgitação constante.


Esbarre!
Não há testemunhas que o contradigam.
Goza... Feito um bêbado com uma dose de uísque.
Já que não avanço e nem recuo.
Espere!
Ainda saio pela tangente.

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Mesmo vento

Sai na rua e senti o vento
E então relembro,
Quanto,o tempo já passou.
E esse vento é o mesmo
Que traz a sensação de outrora,
O mesmo que gelou e
Você aqueceu...
O mesmo vento
Que traz a noção do tempo
Parado...
O mesmo que embriaga
Meu coração mais uma vez...

segunda-feira, 24 de maio de 2010


É preciso aprender

Que nem sempre vou ter alguém do meu lado...
Que terá vezes que ficar sozinha vai fazer parte.
Que ser adulta não é uma questão de escolha e sim de atitude.
Que idealizar algo que não se cumpra,não é o fim do mundo
E sim o começo para os aperfeiçoamentos...
Que entre tantas saudades eu vou rir, chorar e
Aceitar que tudo valeu a pena...
Que não existe caminhos errados e sim escolhas erradas...
Que somos maiores que qualquer problema, e sempre
Existe solução e são elas que nos fazem crescer...
Que sorrir é independente de qualquer sentimento,
É energia e bem estar...
Que terminar coisas inacabadas é sempre um bom começo.
E que sentimentos revirados não é uma opção...
É preciso aprender com cada manhã que renasce.

Escritos

Os escritos são só meus
São eu!
Por vezes, feito um cometa
Que risca o céu em noite
De lua cheia
Tão cheia de estrelas brilhantes.
Outros, feito o som do espaçotempo
Afunilado de ondas vibratórias
Que não saem do cosmo...
Tornando então, imperceptível
Qualquer barulho ou alcance
De luz...
Sou eu nesses escritos tão meu.

Desencontro

Desencontro de um rosto
De uma historia,
De um quase.

Desencontro de um capricho
De um não existe.
De um sim enforcado.

Desencontro de uma voz soluçante
De um prazer irresistível.
De um amor inimigo.

Desencontro
Desenterro
Novo dia.

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Eu disfarço
Mas me derruba.
Cada palavra chega ferindo
E eu não aprendi a filtrar.
Eu juro que tento
Equilíbrio
Que tento fugir da sua vibração
Mas é mais forte
Ainda não aprendi ser
Muralha firme e ajudar-te
Sem indagação.
Eu disfarço, mas sua infelicidade
Apoja-se em meu peito
E não tem jeito de eu ficar assim
Tão triste e com tanto medo
De tudo se repetir.
Assim...eu disfarço
E tão quieta junto meus pedaços.

Só um sonho

Não sei por quanto tempo vou permanecer
Na sua memória,
Ou com que intensidade atingi seu coração
Eu que pensei que dominaria
Meus pensamentos,
Mas são devassos
E mais escasso,
Meu não.
Fico feliz se romper sua realidade
E acordar com você num sonho
E te fazer feliz pelo menos
Um dia...

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Felicidade

Não quero escrever nenhuma poesia
Quero deixar as palavras soltas,
Sem rima,sem métrica
Sem metáforas...
Quero parar alguns minutos
Da mesma forma que fiz hoje
E perceber como somos pequenos
Diante o amor de Deus...
E diante dessa imensidão que é a vida.
Quero parar e dizer como
É grande a paz quando fizemos
Silêncio e buscamos harmonia,
Quando paramos e pensamos
Em tudo que nos rodeia
E pensamos na tão sonhada
Felicidade...
Onde encontrá-la se não dentro nós?
Não podemos ser feliz apenas esperando
Uma concretização de um sonho,
E todo esse tempo de espera?
Não podemos ser feliz enquanto esperamos
Que outro tenha essa responsabilidade
Que é inteiramente nossa...
Ser feliz é deixar as coisas acontecerem
Escolher o caminho que nossa consciência
Mantenha-se reta e saber que tudo que
Plantamos hoje é nossa colheita futura.
Quero então saber manter quem eu amo
Tão junto a mim e sem esperar nada em troca,
Quero e quero imensamente essa felicidade
Que só eu poderei encontrar.

Eu e sempre eu

Eu e minhas recordações
Ora breve, ora em exaustão
Eu e minhas contradições
Meu leve concordar
Meu pesado esquecer.

Eu em tanto eu
Eu num eu que não alcanço
Eu num eu que não descanso.

terça-feira, 18 de maio de 2010


Quanta vontade de escrever
A você...
Mas não tenho nenhum
Pretexto,
Nenhum argumento
Se não saudade.

Ainda dá tempo

A gente sempre acha que vai ter tempo
Pra falar o quanto ama
Pra ficar juntinho,
Pra fazer carinho
Pra correr e dar aquele abraço
A gente sempre acha que
Dá tempo...
Mas esse tempo passa
Tão depressa e
Fica o remorso
De que deveria ter dito
Fica a lamentação do depois
Que nunca chegou...
Então ame enquanto a tempo
E fale de amor
Toque na mão
Reconheça um olhar
E vibre com um sorriso
Ainda dá tempo!

quinta-feira, 13 de maio de 2010


Deixa

Deixa quieto.
Anoiteceu.
O repentino que criou raiz.
Deixa adormecer
Em mim
Em você.
Todos os desejos.
Deixa amanhecer.

Grande

Grande mentira
Grade de agrados
Grande silêncio,
Indignação em frente ao espelho.
Grande o que se acaba
Num tropeço
Grande quando não se sabe dizer
Grande um passado que retumba
E um fantasma que assombra.
Grande...gigante...
Insuportável tolice!

segunda-feira, 10 de maio de 2010


Valsa

Conceda-me essa valsa?
De compasso fino,
De pulso firme,
Com olhares marcantes
De passos leves...
Suave melodia que
Que meu pensamento
Acompanha e te espera.
Do canto do salão,
Miras-me,
Encabulado.
No espelho retangular
Reflete sua ansiedade
E revela-me o desejo
Recíproco...
Desse embalo, sem saio
Nessa tímida dança.
Conceda-me essa valsa!

Longa espera

Que longa espera
Esperar por um amor.
Teria tantos amores se
Deixasse de esperar por um!
Teu imenso desejo
Só um poderá saciar?
Tua boca colaria desvairada
Noutros lábios...
não nesses que foram
Só promessas
Que ainda esperas.
Longa espera,
Que te mata
Aos pouquinhos
Mais um dia se
Esvazia silenciosamente.

sábado, 8 de maio de 2010


Casualidade

Beleza singular de um encontro
Onde não se busca nada
E por não buscar nada,
É que se encontra.
Alguém, tão como você,alguém
Que permaneça no mesmo
Mundo encantado,
Que compreenda cada palavra
Até o momento errado.
Penso demasiadamente em você
Que foi vento a folhear meu livro
Que soube enxergar que não
Estou num rosto bonito
Ou num sorriso encantador
Sou mais que isso e esse mais
Você soube ver...
Ah, quanta saudade de você!

Espera

Esperei mesmo sabendo
Que não vinha...
Você disse que estaria
Comigo, só não posso
Saber quando ou em que
Momento...
E o tempo vai passando
E eu ainda espero,
Mesmo sabendo
Que é espera sem cabimento.

Não preciso

Não preciso de respostas
E tampouco as quero...
Não preciso ficar ouvindo
Tanta verdade encoberta
Que só hoje pude descobrir.
Não tenho que dar explicações
Mas sempre as tive comigo.

Coração de mãe

Coração de mãe
Suporta calada a dor
Chora baixinho
Enquanto demonstra amor.
Aquieta a alma
E não revela desespero
Veste-se de forte
Enfrenta o mundo inteiro.
Coração de mãe é pisca alerta
Fonte incessante de carinho
Suporte incontestável
Por todo e qualquer caminho.
Coração de mãe é alento
Nos dias quentes e de frio
É alimento da esperança
Na bonança e no estio.
É o maior amor que existe
Puro, unânime, perfeito.
Coração de mãe perdoa sempre
E é por toda vida
Se doa incansavelmente.
Luz divina que irradia.

Eu pensei

Eu pensei que sabia,
Mas na verdade eu nunca soube,
Talvez tenha fingido saber
Essa mentira que consome.

Eu pensei que diria
Quando me fosse perguntado
Mas não sei dizer,
O que tanto corre do lado.

Eu pensei que não precisaria
De qualquer explicação
Contudo, transmudo
E faz-me falta então.

Eu pensei que não ligaria
mas tal empatia
prende-me a apologia,
e não sei desfazer.

quinta-feira, 6 de maio de 2010


Quando
Quando minha expressão é quietude
É porque alma transborda.
Quando meus risos espontâneos se contem
É porque as palavras atordoam a mente
E estou longe da realidade... Tão longe.
E se estou cheia de alegrias e tristezas
É porque culpada sou.
Há tantas coisas que não se diz
E confesso que essas meus lábios
Não sabem dizer...
Quando parto, como uma andorinha que
Levanta vôo no inverno, antes do
Orvalho congelado cair sobre o verde
Do campo...
É porque retornarei na próxima primavera
Com a alma leve ou cheia de dores,
Feito os pássaros sem rumo e sem
Nada a dizer...

segunda-feira, 3 de maio de 2010


Sentimentos

Por sentimento tórrido, se persegue.
Por nesciosidade,se faz querer.
Por orgulho, se estende.
Tudo, não sente se deixa ter.

Por trapaça da ilusão, perde-se o realismo
Por ser dividido, não é só seu.
Outrora, perfeccionismo
Passa a ser, apogeu.

Nunca cabe o que se sente,
Por vivacidade, se deixa pousar.
Despojando, lentamente.
Faz morada num pensar.

Por descrença, impõe dúvidas
Por medo, quer deixar passar
Luta e reluta, mas é luta vazia,
O amor inventa, e pede pra ficar.

Grita

Grita o meu lado que não quer se importar
Grita minha parte egoísta que pede pra você ficar
Grita a insensatez,
Grita a descabida estupidez.
Grita o meu medo prematuro
Grita meu lado inseguro,
Grita um eu que não sei mais dizer.

Sinto falta

É tão pouco esse tempo,
Esse mesmo no qual encontrei
Muito de mim em você.
Nessa desordem,
do que chamamos viver.
Sinto falta desse pedacinho meu
Que você soube tão bem
Preencher...
Simples e complicado assim
Eu sentir falta de você.

sábado, 1 de maio de 2010


Sem mais palavras

Meu coração encontra-se inseguro
E com tanto medo...
Doído de um adeus com muitas palavras
E do vazio que opera silenciosamente.
Doído por não saber dizer o que sente.
E dos meus olhos, lágrimas
Antes inexistentes,
Agora chora uma paixão que nem
Pousou...
Fica então, todo carinho
A sensibilidade,
A saudade do perdido,
O aperto da lembrança
Presença distante,
Que flagela meu ser.
Tão raro e tão completo.
Coração...
Que por não querer sofrer
Para tudo e pede pra esquecer.
Só não sabe como te deixar partir.