sábado, 24 de abril de 2010


Ando

Ando inevitavelmente com o
Pensamento em você.
Não precisa provocar,
Ou se bem dizer.
Já não tem mais remédio.
Sempre acontece!
Ando sim, colada em
Valores que contradizem
Os meus atos.
Quanto a você,
Podes continuar sentado,
Indiferente a tudo que sabe de mim.


Ah!você não vai ter o prazer
De ter-me por perto
E muito menos sentir meu
Abraço,aquele...que foi só seu
E falou por nós dois.
Faltou tão pouco,
Talvez, se você, tivesse
Fingido melhor
Eu ainda acreditasse em tudo
Que não foi.

Releitura

Surpreendo-me , quando, às vezes, releio escritos meus.
Neles, enigmas que ainda não decifrei,
Ou momentos inteiros
Reversos... Que ainda não continuei.
Assusto-me, quando meu pranto é sombra
Do que não aceito
Releio atenta aos cantos
E, no entanto,
Eu mesma os pensei!!
Ainda não descobri se o que escrevo
É o que sou ou o que vejo.

Crença

Eu queria saber
Que tanto os anjos falam...
Eu aqui, nesse mar remoto
Tentando entender.

Já creio em forças malignas
Sobre um coração humilde e cansado
Da dor trancafiada
Do medo enclausurado.

Admiro sua hombridade
Nesse caminho oneroso que trilhas,
Está machucado, eu sei...
Mas vai!Anda, caminha!

Creio acima de tudo nas preces que salva
E no anjo da guarda que rege
Com toda força e toda glória.
Creio na continuidade
Creio na vida!

Estou aqui

Estou aqui e você não veio
Estou na secura dos seus beijos
Você não veio!
Lampejos
Desse desespero
Estou aqui,
Ordinário que atraio
Nesse peito que insufla
Você não veio.
No delírio oculto e em
Chamas
Estou aqui!
Já se foram os pássaros
E nesse cansaço
Começa a doer
Espera em pedaços.
Estive aqui.



Amanhã

Amanhã quando lembrar-se de mim
Lembra da poesia,
Da rima escondida
Do não no sim...

Amanhã quando lembrar-se de mim
Lembra do sorriso sincero
Da palavra amiga,
Do dia triste e belo.

Amanhã...
Vou estar presente,
No seu cantinho mais doente
Da sua cura de amor...

Rastros sutis

“Não existe ilusão no outro,
Se não,em nós mesmos.
O outro - expectativa de um
Capricho ousado
E dor que reflete dos nossos
Anseios vazios.”

sexta-feira, 23 de abril de 2010


Existe poesia

Na roda de amigos,
No sorriso sincero,
Na noite estrelada
No abraço seguro e singelo.

Existe poesia

No desenho em nuvens,
Na chegada e na partida
Na saudade que vai
Na saudade que fica.

Existe poesia

Num olhar descontraído,
E enamorado
Num sorriso tímido;
Num beijo roubado.

Existe poesia

No começo, meio e fim;
No sim e não,
No certo e errado
Em ti e em mim.

Como foi néscio o meu querer
Era aventura,nada mais!
Aventura essa sua de alimentar ilusões...
O olhar que se perdeu no vácuo
Era feito de sonhos...
Agora:porta fechada...
Sangro...
De tantas desilusões.
Como um picadeiro
O circo fechou-se.

Ser

Esse ser, aquele, ou seja:
Eu, qualquer, alguém.
Gente ou ninguém.
Ser, capacitado, feliz e improvisado
Ser...
Concorrente, inocente ou simplesmente
Ser...
Amar, criar, agradecer...
Eu sou!Como sou?
Ser que sente, viaja
Chora e sorri
Ama e trai
Conquista e sai
Ser...
Que incondicionalmente vivi
Desespera-se,se alucina
Levanta e não desanima
Eu vivo?Como?Por quê?
Sou, ou me fazem ser?
Quero por querer?
Ou vivo por ser?
Ser que alimento,
Satisfaço, compreendo,
Ser...
Apenas viver!

Não gosto
Desse recuo
De palavras,
Que me deixa
Ausente
Que esconde
Minha emoção
Cega
E
Compulsiva.

Sorrateiramente

Não sei mais que nome dou,
A tudo aquilo que me toma de assalto.

Vivi todo amor na poesia existente,
Revivi cada verso na minha mente
E nunca saberei quem foi...
Tombei nos meus suspiros mais doidos.

Não sei se um dia saberei,
Quem por de traz se escondeu,
Dos versos.Ah! Cada verso...
Por qual meu coração bateu.

Talvez um dia...
Eu acorde e seja descoberto,
Quando eu menos esperar
E na minha vida for inverno.

quarta-feira, 21 de abril de 2010


Muito mais...

Não tivemos tempo
De sermos pai e filha,
Mas sei que ainda teremos...

Não tenho lembranças alegres
Mas ainda posso lembrar-me do seu sorriso,
Ainda vejo sua simplicidade
Ainda ouço sua voz...

Não quero mais lembrar
O que tirou você de mim,
Se Deus quis assim.

Cabe a mim
Fechar essa ferida que sangra
A eterna ausência que soma
O grande vazio sem fim.

Ah ,não quero mais pensar
No que poderia ter sido,
É tormento que não divido
É passado que não passa
É futuro não cumprido...

Existe muito mais além de terra e céu
Existe mais do que meus olhos possam ver,
Mas existe tudo que meu coração possa sentir...

Amanhã, te terei mais uma vez
Essa certeza me faz viver!!!

AmAnDo

Amo.
E tanto que cabe em mim.
De tantas maneiras
Que não explico...
Talvez se soubesse
Não caberia tanto assim;
Amo.
O que não pode ser dito
O perigo...
A surpresa...
Amo.
A beleza
A forma desconhecida,
Amo.
Tanto que não arriscaria
Expressa-lo em seu ouvido
Passaria a fio por onde
Entrega seus sentidos...
Amo.
Entretanto,
Nada digo
E fica assim:
Sentindo...
Amo o amor.
E Nada pode ser proibido.

Face Intediada

Não sou mais nenhuma menina
e os traços já não secundários.
Fora, a inquietude que aflora
nos meus dias mais perfeitos
e ilustres...está tudo bem!!
Só por agora, está tudo bem!
Mesmo sabendo que meu
alicerce oco volta depois.

O que não se vê

Aceito a maldade
Mas muito me custa a crer
O que meus olhos não enxergam
Meu coração não vê...

De tudo,
Temo em conter o que aflora,
O que escrevo,
Não fica mudo
É tão real é agora!

Digamos,
Que são mais vivos...
Que dão mais prazer
Mas são findos
O que não se pode ter...

Aceito,
No fim de tudo
O que senti...
Página virada
Momentos que falaram por si.

CUMPLICIDADE...

Venha!
Encaixe-se no meu corpo.
Apague a Luz!
Venha!
Seja flexível e ame como nunca amou ninguém,
Seja cúmplice do meu prazer...
Aventure-se
em cada curva,
Vibre com cada arrepio,
Não ligue pro meu rosto
enrubescido,
Se não digo
não me faça dizer...
Exista com toda paixão
desprendida...
Acarinha todo meu ser.
Venha!
Preciso de você!

Adeus...
Que posso fazer se fui longe de mais?
Está doendo agora!
E agora já é tarde...
Quanto ainda tenho que descobrir
Que deixar se iludir
É pura bobagem
Bagagem sem destino
Que pesa e machuca
Aos pouquinhos...?
Que posso fazer agora?
Agora que se foi,
E jamais pensei
Derramar uma lágrima,
Essa que perturba,
E sufoca meu coração
Esse pranto calado
Que explode além
Do que eu possa dizer
Ou deseje fazer...
Acabou o tempo,
Meu tempo
Deu-me mais
Um tempo...

...É como se um barco depois de uma longa
tempestade,acalmasse em alto mar,
à espera de ventos brandos que o
Levem de volta para casa.

domingo, 18 de abril de 2010


SÓ HOJE

Hoje queria ficar em casa
Ler um bom livro
Decorar meus poemas favoritos
Só hoje,
Queria o dia só meu.

Reviver nas velhas cartas
O antigo prazer...

Só hoje preferia esquecer o mundo.

Queria abrir a janela e olhar
Além da minha rua...
Sentar na varanda e vigiar
Minha loucura.

Lembrar do quanto sonhei
Ser astronauta,
Pastas de estudo
Hoje,na gaveta guardada.

Só hoje quero parar
Poder voltar no tempo
E organizar a bagunça virada
Ligar o som alto
Sorrir,destarte
Sonhar acordada.

Paixão

Paixão é traiçoeira
E sem explicação
Chega, toma conta
Depois, apenas um não.

Some da mente
E reaparece,
É foco, ausência
Dor que não se esquece.

Paixão é carência
Desatino, perseguição,
Alacridade
Plena contemplação.

É apreço
Descuido
Momento mudo
Vaga sensação.

Passagem

Estou aqui!
Imóvel...
Mas é como se meu espírito
Percorresse os campos
Com flores e amaciasse
A terra molhada
Da chuva calma.
E ele traz pra mim
A tranqüilidade infinita
E acalma...
Traz a certeza que
Nesse mundo estamos
Apenas de passagem.


Você...
Reserva das minhas inconstâncias
Minha viagem inoportuna,
MANTENHO-TE!
Não porque eu seja esnobe,
Apenas porque não consigo
Deixar-te definitivamente.


O depois...

Por ora, todas as vibrações do meu ser
Fazem-me crer que se pensarmos,
E pensarmos muito; não fazemos nada.
Por tempos, é bom não pensar,
Não pesar na balança das conseqüências,
E deixar todo espaço vão.

Há sempre um depois!
Esse, no qual depositamos todo
Medo e insegurança,
Choramos feito criança e deixamos criar raízes.
Esse medo atinge!

O depois: momento vazio
Com pegadas ainda indecifráveis.


Minha oração
Que eu não lamente o que passou e não pode
Ser modificado, e faça de tudo um aprendizado;
Que eu esqueça os momentos que chorei
E jamais esqueça os muitos que sorri;
Que eu supere meus medos e afaste as incertezas
Do meu coração.
Que eu saiba ignorar os maus sentimentos,
Não dando ênfase para que eles permaneçam;
Que eu possa ser para meus amigos,
Simplesmente “tudo” assim como eles são pra mim;
Que eu reconheça meus erros e saiba pedir perdão;
Que a dor não me impeça de seguir adiante e que eu tenha
Certeza que sempre existe um recomeçar;
Que eu mantenha meus pés no chão pra buscar e
Alcançar meus sonhos;
Que eu não queira o que não pode ser meu;
Que meu querer baste;
Que eu não me iluda em mentiras ou promessas que
Virão em vão;
Que meu silêncio amado e desejado corresponda ao
Encanto dos meus versos;
Que quando surgir noites tempestivas que eu saiba
Florir com o porvir do sol;
Que eu saiba amar incondicionalmente.

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Vivendo

Viva sua vida que eu vivo a minha
Se tiver que ser
Encontramos-nos
Mais na frente...
Não quero ter por você
Paixão louca e doentia,
Quero ter paz e calmaria...
Não quero...
Apaixonar-me e perder a razão.
Muito menos um amor de verão.
Viva sua vida que eu vivo a minha
Mas de vez em quando
Recorda e suspira.


Nada,no tempo espaço
É visível aos conselhos
E desesperos.
Nada do que eu possa dizer
Ou transmitir vai fazer
Com que pare um instante.

Análise

Não pare pra analisar-me
Não preciso de analista.
Não venha dizer-me nada
Ou tentar decifrar
o que se passa em mim,
Será perda de tempo!
O que você por ventura concluir
Não me interessa,
E o que pensar de mim?
Pense o que quiser!
Já tive noites insones
Pensando no que
Pensariam, enquanto eles riam
Eu martirizei...
Então, hoje o que você pensa
É problema seu,não meu!

Lembranças

São só lembranças minhas,
Do inverno frio a primavera oscilante.
São lembranças que partem do meu
Existir, tão incompletas
E sem pudor.
São só lembranças minhas
Que partem sem amor.

Fim de tarde

Nesse fim de tarde,
Calo o que não pode
E imagino o que
Pode ser...

Nesse breu,
E calmaria,
Um pássaro,
Meu sorriso,
Minha alegria.

Nesse instante
Penso em você
Perdida e atenta
Ao que não se pode ver...

Nesse entardecer
Que os meus olhos
Fazem ver,
Esse é momento é só meu...

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Pega na minha mão

Pega na minha mão
E não acusa
Guarda pra ti,palavras que
Possam ferir
Pega na minha mão
E não deixa eu ir,
Simplesmente
Pega na minha mão.

Posso lembrar do sentimento
Que senti com você,
Não mais fechar os olhos
E senti-lo novamente.
Do momento nada mudou
E sim as palavras depois dele.


“Tenho que aprender a conter minha língua,
Quando espalha aos quatro ventos
Os anseios do coração...
Porque quando a ventania passa,
As palavras permanecem.
E nelas, já não contém o mesmo sentido”.
"Meu coração poderia ser de papel...
Onde uma simples borracha,
Pudesse apagar todos os riscos."


CONTO BONITO

De que são feitos meus sonhos,
Se não de algodão doce e festim?
São também balões coloridos,
De cores intensas,
Perfume de jasmim.

Se são fáceis meus sonhos?
Não oras!Claro que não!
Às vezes, são também chocolates meio amargo,
Ou pipocas sem sal,
Aguardente sem limão...
Mas minha vontade é convincente,
Não abala não.

Se eu desisto deles?
Jamais! Em circunstância alguma,
É meu respirar, na manhã que acentua.
São em tudo,
Meu corpo em movimento,
Minha suave dança,
Meu maior contentamento.


Louca loucura

Nessa louca loucura
Nessa ânsia tão louca.

Nessa boca sem cura,
Nessa boca louca.

Nesse desejo reprimido,
Nessa loucura insana.

Nessa poesia louca
Na loucura de nós dois.

segunda-feira, 12 de abril de 2010



Incontido

Eu que,
Senti-me
Turista sem guia,
Singrei em rios transbordáveis
E em todos os sentidos,
Ultrapassei distâncias de onde
Meu eco não voltou...
Eu que,
Não pensei pensar em você
Excessivamente,
Ver, ardentemente...
Na retaguarda:
Um novo amor,
Ou
Uma nova paixão...
Não tenho nenhum intuito
E quem me diz que devo ter?
É Transverso ao meu querer
Imune ao meu julgamento
É incontido...

domingo, 11 de abril de 2010


Menina na porteira

Ah, naquele tempo!
Eu não sabia nada do mundo,
Não tinha que compreender
Não compreendia que era preciso saber,
E o pouco que sabia,
Não, não me prendia,
Era livre meu querer.

Naquele tempo era menina
Corriqueira e danada
Corria de mãos dadas
Aprontava e dava gargalhadas.
Sabia fazer desenhos em nuvens
Brincava no barro
E na terra molhada...

Não desejava mais que uma
Sombra aconchegante.
Fazia casinha de palha
Inventava personagens,
Atuava como figurante.

Subia nos galhos
Sem saber do perigo
Comia pitanga
E fazia bonequinhos de espigo.

Na carroça brincava
Nos dias frios e de chuva
Qualquer tampinha
Ou caixinha era enfeite com plumas.

E também saudade sentia
Esperava na porteira
Quando minha mãe vinha,
Era festa, alegria
Doces e rebeldia.
E era tão triste vê-la partir
Fins de tarde sem graça
Com sabor de quero ir.

Ah, naquele tempo!
Tanto eu queria crescer
Hoje, tão grande
Menina voltaria a ser.

sou toda

sou toda
Exagero
Sem espaço
Sou a cura
Absoluta
Embaraço.
Sou incógnita
Feitiçeira
Sou metade
Verdade
Emergência
Trapasseira
Sou passagem.
Extremo
Avesso
Ensejo
Saudade.

Posso


Posso amar-te
desesperadamente,
mas não incodicionalmente,
e prometer-te amor eterno,
jamais!