As palavras não marcam Hora ou lugar para expelir O que por dias na alma Fica preso sem sair. Não acontece por querer É dom divino Repentino, Cheio de prazer.
domingo, 11 de abril de 2010
Menina na porteira
Ah, naquele tempo!
Eu não sabia nada do mundo,
Não tinha que compreender
Não compreendia que era preciso saber,
E o pouco que sabia,
Não, não me prendia,
Era livre meu querer.
Naquele tempo era menina
Corriqueira e danada
Corria de mãos dadas
Aprontava e dava gargalhadas.
Sabia fazer desenhos em nuvens
Brincava no barro
E na terra molhada...
Não desejava mais que uma
Sombra aconchegante.
Fazia casinha de palha
Inventava personagens,
Atuava como figurante.
Subia nos galhos
Sem saber do perigo
Comia pitanga
E fazia bonequinhos de espigo.
Na carroça brincava
Nos dias frios e de chuva
Qualquer tampinha
Ou caixinha era enfeite com plumas.
E também saudade sentia
Esperava na porteira
Quando minha mãe vinha,
Era festa, alegria
Doces e rebeldia.
E era tão triste vê-la partir
Fins de tarde sem graça
Com sabor de quero ir.
Ah, naquele tempo!
Tanto eu queria crescer
Hoje, tão grande
Menina voltaria a ser.
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